sexta-feira, 6 de junho de 2008

Fim(ligranas)?

Não, não é o fim do blog.

[Para o azar de vocês, que eu sei que existem]


Só é o fim do semestre. E sempre que chega esse período eu tenho que mandar algo que eu gosto para o fim da fila por pelo menos um mês.

[Esse post é endereçado a pessoas que eu sei que nunca vão lê-lo. Mas, diferente dos escritos em papel, esse texto pode ser lido pelas partes interessadas ou por simples curiosos]

Não é o fim do mundo, mas é o fim de um capítulo, o fim de uma história, o fim da minha vida que não era a minha.

Às vezes a gente acaba se amarrando a certas coisas e, só por comodismo, não consegue se livrar delas. Odeio rotina, mas tenho que assumir que ela pode exercer uma doce e constante sedução sobre mim.

[Há um ano eu me pergunto: tem pra que tanta luz em um gabinete?]

É muito fácil e prático seguir pela rua errada ao invés de procurar ou perguntar o caminho. Você sabe que está errado, mas vai que a entrada certa aparece pra você, vai que a rua errada é um atalho para o exato lugar aonde você quer chegar. Na rua errada você acaba descobrindo que muita gente certa mora lá. Pessoas que poderiam ser seus vizinhos, velhos colegas que você não vê há anos, amigos de infância ou amigos para o resto da vida. A rua errada acaba se tornando tão familiar e agradável que você acaba esquecendo o seu antigo destino, ou se lembra e não dá importância.

Por que eu deveria sair da rua errada? Só porque não é a certa? A grande verdade sobre a rua errada é que enquanto você está parado, o sinal está verde. Todo mundo na rua errada anda e desvia de você, o trânsito não pára apesar de você se encontrar imóvel no meio do cruzamento. Todos seguem o seu caminho e o seu destino, cabe a você escolher pegar a esquerda e seguir por outra rua ou continuar parado enquanto o mundo cuida de seus afazeres e fica feliz com isso.

Infelizmente, ainda não existe um Google Maps - Vida para fazer você enxergar o melhor caminho a seguir para um destino imaginado. E mesmo se existisse, ainda seria sua a escolha de ir pelas ruas principais ou transversais (ou até pela contramão, depende de sua ousadia).

Depois de muito tempo no cruzamento eu resolvi que seria hora de entrar à esquerda. Sei que é contramão voltar para a rua errada, sei também que vou olhar pelo retrovisor durante muito tempo, mas agora eu sei o endereço de tudo que me interessa na rua errada, sei onde as pessoas moram, deixarei meu endereço com elas e poderemos nos visitar com alguma freqüência.

Aos que se encontram no cruzamento, a dica é: decidam-se. Tomem o tempo necessário para escolher o caminho, desligue o motor, não se incomode com as buzinas mas preocupe-se com a multa.

Você tem condições de pagá-la? Se não, como juntar a quantia necessária para tal? Vale o esforço?

Dylan uma vez perguntou "How many roads must a man walk down?" e Adams respondeu "42". Até completar todos ainda tenho 40 pela frente.