quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2QQ9


Um Ano Para Chamar de Normal.

[Preparem suas listas psicológicas, a minha está pronta]

[A primeira Sorte de Hoje do Orkut do ano é a sorte-mestra que vai reinar em 2009]

Sorte de hoje:
A educação é a melhor provisão para a jornada rumo à velhice

Espero que ele esteja falando de educação tipo estudo e não a de "boa noite, tudo bem, bom dia".

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Tratado de Aliança Albieri-Deus

[Texto inspirado por uma discussão Clones x Teleporte dentro de um Dois Irmãos/Rui Barbosa. Ônibus são um dos três templos do saber absoluto]

Se eu fosse um geneticista foda, tipo Doutor Albieri, faria um clone meu e não de Murilo Benício. Ele seria o responsável por estudar, trabalhar, andar de ônibus e ir a compromissos desagradáveis no meu lugar. Eu raramente precisaria me levantar para apagar a luz, fechar a porta ou ir buscar água na cozinha porque meu clone, sempre prestativo, faria isso tudo por mim.

[Teorologia, minha amante, que saudades...]

Mas para que ninguém notasse que o clone era uma mera cópia de mim, ele teria todas as minhas memórias e a minha personalidade. E isso nos leva ao primeiro problema: dificilmente ele se prestaria a ficar estudando, trabalhando, andando de ônibus e indo a compromissos desagradáveis no meu lugar. E para o primeiro problema, rapidamente eu trago a primeira solução: o clone seria totalmente obediente ao meu eu original.

Mas meu clone, esperto como só nós somos, iria dar um jeito de interpretar as minhas palavras da maneira mais favorável a todos nós. Aposto minha vida como ele criaria um clone para realizar as tarefas que ele não quisesse (que são as mesmas que eu já não queria e mandei para ele), e o clone do clone também, e o clone do clone do clone também e...

Seria um inferno! Seria o segundo problema! Rapidamente descobririam que eu sou capaz de clonar pessoas e o povo passaria dias acampando na porta de minha casa para não ter que trabalhar. Por isso, a segunda solução seria que meus clones tivessem duração limitada, eles só existiriam das 5 da manhã às 10 da noite, sendo assim eles dificilmente se negariam a me ajudar sabendo que teriam menos de um dia de vida. Meus clones são preguiçosos mas não seriam inúteis.

Mas... isso não seria brincar de Deus?

[Eu juro que é melhor não ser um normal, se eu posso pensar que Deus sou eu]

Vejam bem, Deus criou a humanidade à sua imagem e semelhança, certo? Então podemos afirmar categoricamente que somos todos clones de Deus. Ele trabalhou por alguns dias, viu que não era a dele e criou o homem para trabalhar no seu lugar. Temos um tempo de existência limitado e alguns (os que deram certo) são compelidos a obedecê-lo.

A exata mesma coisa que eu tinha pensado alguns milhões (?) de anos depois.

[Depois estudo melhor o Criacionismo]

Aposto que aquele lance de Jesus Cristo foi um clone aperfeiçoado porque Ele estava com preguiça de salvar os humanos.

Afinal, Deus não é o cara mais conhecido do mundo por acordar cedo, estudar, trabalhar, andar de ônibus e ir a compromissos desagradáveis.

Deus, camarada, libera essa magiquinha de soprar no barro e fazer os outros trabalharem por nós.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Amor e Guerra

[Segunda música, em fase de arrumação de coisas. Quem nunca jogou War, pare de ler. O ritmo é o clássico Blues "tã, tãnã, tãnã, tãnããã, tãnã..." e o vocal é meio The Jack de AC/DC]

Amor e Guerra

Uma tropa vermelha
da paixão me atacou
Foi de três para um
que você me ganhou

Estava na Sumatra
E você, no Bornéu...
Passou pela Austrália
Me levou para o céu!

Refrão:
Por você, meu amor,
Eu conquistaria
a Europa inteira,
a Oceania
e um terceiro continente à sua escolha (x 2)

Mas você me traiu
Não podia ser real
Quebrou o nosso trato,
Me atacou em Aral

Qual seu objetivo?
O que você tem na mão?
Se prepare agora, vadia...
Três pra um no Japão!!!

Refrão

[Por enquanto é isso. Em breve vocês verão uma comunidade "Analisando: Rafael Formiga"]

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Dia Trinta e Seis...

... ou A Bula do Tempo.

Um texto sem nenhum compromisso com a moral, o bom humor e Eloá.

Quando eu morrer, quero ser cremado e que joguem minhas cinzas em uma sacola do Bompreço para que o caminhão de lixo venha me recolher no final do dia e ninguém mais se lembre de mim.

Não gostaria de escrever sozinho meu epitáfio, apenas que os trechos iniciais fossem meus. Quero uma pedra grande (cinza) com algumas verdades universais. Se não puder ser uma pedra, que alguém imprima o txt em preto e branco que guardou por tanto tempo (só não use Comic Sans).

O conteúdo seria mais ou menos esse:

"Em memória à pessoa mais importante de minha curta vida: Rafael Formiga

Não fui um bom pai, não quis jogar mais pessoas nesse mundo de ônibus superlotados e assaltos que funcionam mais horas por dia que caixas automáticos.
Não fui um marido dedicado, pois os irônicos são incapazes de amar alguém e passar o resto da vida com uma única pessoa.
Fui um amigo leal, na medida do possível, mas quem não é?

Quando eu era menor, praticava, como exercício mental, saber quem estaria no meu enterro e quem choraria. Após desistir de ser enterrado e assistir ao funeral de Graham Chapman (do Monty Python) vi como uma cerimônia desse tipo poderia ser divertida e como seria engraçado ver as pessoas dizendo 'ha ha, filho da puta, conseguiu chegar no inferno antes de nós e já está numa rodinha de violão com Cash e Harrison, gritando para tocarem Raul'.

Se forem fazer algo organizado, convidem Marconi Madruga e Márcio Rodrigues para escreverem o roteiro, Rita Kramer para a direção e tenham a certeza de que Marilia Abilio (sem acentos mesmo) estará na primeira fila. Felipe Soares, Henrique Lins, Bruno Marques e Diego Riff estarão na tribuna de honra para garantir as risadas 'Chaves'.

Aproveito-me desse momento de respeito e atenção para divulgar algumas de minhas próprias verdades universais.

1- Situações do tipo "se eu for será um saco, se eu não for tem alguma chance de me foder" sempre terminaram com "me foder" quando optei pela comodidade.

2- Os irônicos são realmente incapazes de amar. Ou a decisão parte de nós ou parte do mundo. O amor deve ser trancado em uma jaula com uma televisão de LCD de 50 polegadas passando Faustão.

3- Dificilmente o mundo ouviu meus problemas. Meus ouvidos sempre funcionaram melhor que a minha boca.

4- Sempre que eu segui o sentido da rua, o ônibus passou enquanto estava de costas.

5- A falsidade sempre ajudou a evitar conflitos. O "não" que segue o "tás chateado com isso?" ajuda a pessoa a se enganar e deixar tudo bem do jeito que está.

6- Quem guarda muita coisa dentro de si deve ter cuidado, pois no corpo só há duas saídas. Ou tudo sai pela boca, desenterrando coisas que deveriam ter morrido no passado, ou sai pelo cu e quem se fode é você.

7- Espero que ao longo da minha vida eu não tenha me tornado funcionário público. A não ser que tenham me dado uma cadeira confortável que tenha custado mais do que R$ 2000,00.

8- O segundo semestre, a primeira metade do dia, o mês das férias, o fim de semana, a quarta-feira do cinema, o domingo com os amigos e as madrugadas de conversa sempre passam mais rápido que seus complementares.

9- O tempo é um trem a velocidade constante deslizando em um trilho sem atrito. A inércia diz que ele nunca vai parar e eu sempre me surpreendia quando ele passava por cima de mim.

10- Mesmo depois de morto, continuo recebendo emails de "Enlarge Your Penis", aposto minha vida nisso!

11- Ser messias deve ser um saco, ninguém sozinho consegue salvar a humanidade inteira. Ninguém. Talvez o único messias capaz de salvar a humanidade seja um meteoro do tamanho da Bélgica escrito "Messias".

12- Os melhores direitos humanos são os que não podemos desfrutar.

13 - Todo mundo tem alguém para se lembrar quando toca 'Wish You Were Here'.

14- Colem seus post-its a partir deste ponto."

Não acreditem em nada que eu digo ou estarão condenados a serem estúpidos pelo resto de suas vidas.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Nasce o Sol


E não dura mais que um dia...

Metas:
  • Desafogar a densidade do blog.
  • Descrever em 15 minutos como é a árdua tarefa de se manter vivo pela manhã.
  • Atualizar o blog (e não só o arquivo de posts inacabados).
  • Não chegar atrasado na aula de hoje.
Quase todo dia começa com Here Comes the Sun, dos Beatles, tocando no computador. É uma ótima música para se acordar, mas às vezes você só nota que acordou quando ela pára de tocar e você não tem mais o que cantar.

Aí dorme de novo.

A partir daí, começam os infinitos toques de celular a cada quinze minutos e, dependendo da quantidade de reviradas na cama, o sol que me ilumina direto na cara me lembra que tem uma vida lá fora esperando por mim. Quando eu não ligo para ela fica tudo bem.

Mas quando eu lembro é que é o problema...

Não tem Here Comes the Sun, o Sol que Me Ilumina, Pra Não Dizer que Não Falei das Flores, música alguma sobre caminhar debaixo do sol recifense vai me fazer ficar feliz. É um sol de corno ideal para mais uma manhã operária dentro de um ônibus lotado e atrasado.

Mas os ônibus são outros quinhentos...

As duas primeiras metas foram cumpridas.
Vou cuidar da terceira.

[Estou fabricando e testando a Bula do Tempo]

Edição Póstuma: Demorei para sair de casa e cheguei atrasado meia hora para a aula que não existiu...

domingo, 24 de agosto de 2008

Teoria da Reflexividade Corporal

Domingo é foda. Esse dia tem um poder de gerar faíscas de idéias e convergir todas elas em uma confusa confluência cerebral, deixando o escritor incapaz de perceber sobre o que deve escrever e como deve passar isso aos leitores.

[Espero que confluência seja uma palavra que exista e o sentido dela seja o de união que eu utilizei no parágrafo acima]

Minha escolha de hoje: escolher uma frase e divagar a partir dela.

"Há fronteiras nos jardins da razão"

Sempre pensei muito racionalmente e achava que tinha o controle sobre tudo que eu pensava ou fazia, afinal somos só uma escultura mal acabada de carbono e nossos pensamentos não passam de reações químicas. Que mistérios poderiam haver em uma coisa que é facilmente explicada em uma frase que nem necessita de pontuação?

[As melhores revelações acontecem no sono, no banho ou no ônibus]

Os sonhos parecem ser essas tais fronteiras dos jardins da razão. Você se mantém semi-consciente e com o controle parcial das coisas estranhas que se passam enquanto dorme. Essa semana eu sonhei todo dia, e não me lembro do que aconteceu em nenhum deles, com exceção do último.

E hoje eu tive um sonho de sonhador, sonhei com um homem feito de espelhos, parecido com o T-1000 de O Exterminador do Futuro 2. Lembro que eu caminhava perto dele, que simplesmente ignorava a minha presença, e conseguia ver o mundo refletido e distorcido. Acordei com vontade de pensar e resolvi tentar interpretar o significado desse sonho (não tenho a revista da Avon sobre interpretação de sonhos).

Chamem-me de profeta, insano ou o que preferirem, mas acredito que o homem não era um homem, era uma alma qualquer. Uma alma humana.

A alma humana é como uma oca casca de espelho. Refletimos e deformamos tudo o que está ao nosso redor o tempo todo, sem nem sabermos ou nos importarmos com isso.

[Sabe a impressão de que a psicodelia faz a gente se sentir satisfeito e dormente mesmo quando nosso cérebro deveria pensar o contrário?]

E o que isso significa exatamente? É mais ou menos aquele lance de determinismo que a gente aprende nas aulas de história, é mais ou menos aquele lance de "diz-me com quem andas que eu te direi quem és", é mais ou menos alguns outros lances que você possa imaginar estarem conectados com isso.

A cada dia nos tornamos reflexos distorcidos dos que nos rodeiam. Acabamos por sentir algo parecido, e diferente de alguma maneira, com o que sentem. Quanto maior a proximidade da outra pessoa, maior e mais nítido é o seu reflexo, mais nos parecemos com ela para quem olha a uma distância maior. As nossas atitudes e sentimentos acabam sendo refletidos nos outros mais do que podemos notar.

Muitos reflexos funcionam como filmes fotográficos. Com uma grande exposição, os reflexos ficam marcados por muito tempo, só saindo quando se junta uma grande quantidade de poeira por cima ou quando o sol queima a área do reflexo.

Algumas vezes capturamos a imagem do outro tão nitidamente que chega a ser maior que a pessoa original. Isso nos dá o direito de sermos o outro por um tempo. De nos apossarmos de suas características, de suas opiniões e manias, de fazermos de nós o outro ideal. O outro que sempre concorda conosco e nos faz sentir diferentes em frente a terceiros.

Ao se aproximar demais de alguém e passar algum tempo assim, você acaba descobrindo que consegue se ver no outro, apenas algumas partes, nunca você é perfeitamente e inteiramente refletido. Ao se aproximar um pouco mais e encostar o ouvido no vidro frio, você consegue ouvir alguém lá dentro. Um som abafado que espelho nenhum no mundo consegue refletir. E esse alguém lá dentro sabe que o espelho funciona como um daqueles vidros de delegacia, onde é possível ver o outro lado sem se expor, e ele é o responsável pela individualidade de cada pessoa, é ele que grita para a casca espelhada o que deve ou não ser mostrado para o lado de dentro quando se está sozinho no escuro.

E foi esse homem feito de espelhos que me ensinou mais sobre as minhas relações humanas, em como se deve medir a proximidade com as outras pessoas para evitar ser refletido e ouvido. Esse homem me mostrou quem eu devo refletir e em que escala. E me disse que muitas vezes eu devo calar quando a coisa que ele mais mostra sou eu gritando.

Prefiro a segurança de meu mundo particular. Por mais que lá dentro seja um inferno de ecos e cacofonia. Quanto mais um grito ecoa mais ele perde a força e, se ouvirem, será apenas um suspiro já sem energia.

[Peço desculpas aos que chegaram até aqui acreditando que eu realmente tive esse sonho. Inventei tudo isso porque precisava de algo inexplicável que desse credibilidade a algo parcialmente insano]

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Composição.txt




















Composição criada para o fabuloso projeto hipotético paralelo Violão de Sopro e Flauta de Seis Cordas.

Nunca
foi musicado oficialmente e hoje me sinto na necessidade de abrir essa letra ao público.

A letra conta uma bela e platônica história de amor entre um nerd e uma cult, contada pelo nerd em questão. Quaisquer dúvidas sobre os termos nérdicos, o nerd mais próximo de você poderá explicá-los (ao menos 80% para os true nerds).

Composição.txt

Passei uma noite acordado
Somente tentando te ver
Javascript tava bugado

Seu perfil ninguém iria ler

Você me aceitou como amigo

Isso não era pra qualquer um

Estava com meu fake de Chico

Sua beleza me deu stun


// Refrão

Foi amor à primeira vista

Quando te encontrei no orkut
Parecia coisa de revista

Eu, um
nerd, e você tão cult

Falhei no teste de vontade

Logo você me dominou

Não use Visão da Verdade
Deixa eu ser seu Michael Foucault


Hoje eu estou na sua lista

Vou já declarar meu amor

Mas você é tão narcisista

Minha pequena Toreador


Refrão()

Eu me preparei por um mês

Me dediquei tanto à arte,
Mostras de cinema francês

Bem melhor enfrentar o Tarrasque


E agora eu digo o seguinte:

"Seu olhar tem efeito vorpal

Você tem carisma vinte"

Não sei porque se sentiu mal


Refrão()


Parece até enrolação eu ter colocado essa composição aí. Fica com a maior cara que eu não tinha o que escrever e não queria deixar o blog parado por mais tempo.

Meu Oscar para você. Era isso mesmo.

sábado, 26 de julho de 2008

Aleluia e a Teoria do Ponto Central



[Se Lázaro ressucitou, por que não posso também?]


Well, I'm Back in Black!

I've been too long, I'm glad to be back.

[Continue? 9 credits left. Yes. 8 credits left. Good Luck]

"Quem ler essa maldição nunca mais vai conseguir colocar um ponto final de maneira adequada", escreveu Freidrich Johannsen em alemão em uma notinha de um real e, a partir do dia que a recebi como parte do troco do ônibus, todos meus textos permaneceram inacabados.

Eu achava que era por causa do final do semestre, mas as "férias" chegaram e desde então não consigo concluir mais nada. Tenho mais tempo agora, já posso dormir em casa novamente, já posso dormir novamente, mas os textos não saem. Independente de tipo, tamanho ou humor.

A partir daí veio a Teoria ou Postulado do Ponto Central, quem não se lembra da diferença entre teoria e postulado, sugiro procurar na wikipédia, eu não vou fazer isso nem explicar as philigranas de cada tipo de coisinha científica, até porque eu não lembro direito, só sei que todo mundo aprende isso quando vê Física Moderna no terceiro ano.

Essa teoria, que ainda é um postulado, trata sobre a capacidade que as pessoas têm de deixar as coisas pela metade, inacabadas, e tudo isso devido a

[Nada melhor que explicar com exemplos]

Quem nunca deixou para amanhã ou para segunda-feira?
Quem nunca deixou para a puta que pariu depois do terceiro amanhã ou segunda-feira?
Quem nunca se deu conta que todo dia parece amanhã ou segunda-feira?

Eu estava no terceiro grupo.

Começava as coisas, planejava, botava no papel (ou no "papel") e, de repente desistia. Fosse qual fosse o motivo (ou a falta dele). Muitas vezes tem a ver com uma das teorias mais famosas desse blog: a Teoria Auto-Enganatória da Auto-Promessa.

Sabe uma daquelas mudanças para se colocar em uma listinha de ano-novo? Encaro essa uma das mudanças que estão presentes nessa lista e aproveito-me do fato que meu relógio biológico é desregulado para criar um calendário biológico desregulado e fazer do dia de hoje meu réveillon [que, por sua vez, é considerada por mim uma das 3 palavras com grafia mais escrota e duvidosa].

Às vezes você muda sem motivo nobre. Muda por querer acabar com os amanhãs e segundas. Muda de maneira tão egoísta que faz com que essa mudança só seja percebida por você mesmo.

Não consigo terminar as coisas que eu planejo para mim. E a partir de hoje, anuncio a mim mesmo que vou tentar terminar tudo que for bom para mim ou significativo para os próximos. Com a prioridade em "bom para mim".

Vou viajar e viajar mais, vou jogar fora o que for ruim, reciclar velhas idéias e acender as novas. Não tirar o lixo do coração, não vou mudar meus conceitos, pelo contrário, baixarei a minha tolerância e tentarei ser menos imutável, menos aquele lance de ter aquela mesma velha opinião formada sobre tudo.

Quanto aos textos, não há o que ser feito. Sempre o ponto final vai parar no centro, nunca no fim. Não consigo acabá-los e alguns nem sequer são iniciados. Quem sabe um dia eu distribua os inacabados para os amigos terminarem e deixe os que são somente títulos e idéias no fim de um post com conclusão, libertando-os da prisão de uma cabeça-e-teclado despreparada para as próprias idéias.

Penso em comprar um tapete de boas-vindas para comemorar a volta do blog, mas são só Philigranas.

[Feeling Good toca sem parar e o chocolate quente parece cada vez mais doce]

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Fim(ligranas)?

Não, não é o fim do blog.

[Para o azar de vocês, que eu sei que existem]


Só é o fim do semestre. E sempre que chega esse período eu tenho que mandar algo que eu gosto para o fim da fila por pelo menos um mês.

[Esse post é endereçado a pessoas que eu sei que nunca vão lê-lo. Mas, diferente dos escritos em papel, esse texto pode ser lido pelas partes interessadas ou por simples curiosos]

Não é o fim do mundo, mas é o fim de um capítulo, o fim de uma história, o fim da minha vida que não era a minha.

Às vezes a gente acaba se amarrando a certas coisas e, só por comodismo, não consegue se livrar delas. Odeio rotina, mas tenho que assumir que ela pode exercer uma doce e constante sedução sobre mim.

[Há um ano eu me pergunto: tem pra que tanta luz em um gabinete?]

É muito fácil e prático seguir pela rua errada ao invés de procurar ou perguntar o caminho. Você sabe que está errado, mas vai que a entrada certa aparece pra você, vai que a rua errada é um atalho para o exato lugar aonde você quer chegar. Na rua errada você acaba descobrindo que muita gente certa mora lá. Pessoas que poderiam ser seus vizinhos, velhos colegas que você não vê há anos, amigos de infância ou amigos para o resto da vida. A rua errada acaba se tornando tão familiar e agradável que você acaba esquecendo o seu antigo destino, ou se lembra e não dá importância.

Por que eu deveria sair da rua errada? Só porque não é a certa? A grande verdade sobre a rua errada é que enquanto você está parado, o sinal está verde. Todo mundo na rua errada anda e desvia de você, o trânsito não pára apesar de você se encontrar imóvel no meio do cruzamento. Todos seguem o seu caminho e o seu destino, cabe a você escolher pegar a esquerda e seguir por outra rua ou continuar parado enquanto o mundo cuida de seus afazeres e fica feliz com isso.

Infelizmente, ainda não existe um Google Maps - Vida para fazer você enxergar o melhor caminho a seguir para um destino imaginado. E mesmo se existisse, ainda seria sua a escolha de ir pelas ruas principais ou transversais (ou até pela contramão, depende de sua ousadia).

Depois de muito tempo no cruzamento eu resolvi que seria hora de entrar à esquerda. Sei que é contramão voltar para a rua errada, sei também que vou olhar pelo retrovisor durante muito tempo, mas agora eu sei o endereço de tudo que me interessa na rua errada, sei onde as pessoas moram, deixarei meu endereço com elas e poderemos nos visitar com alguma freqüência.

Aos que se encontram no cruzamento, a dica é: decidam-se. Tomem o tempo necessário para escolher o caminho, desligue o motor, não se incomode com as buzinas mas preocupe-se com a multa.

Você tem condições de pagá-la? Se não, como juntar a quantia necessária para tal? Vale o esforço?

Dylan uma vez perguntou "How many roads must a man walk down?" e Adams respondeu "42". Até completar todos ainda tenho 40 pela frente.

domingo, 11 de maio de 2008

Trocado por clichê sai caro.

[Recado aos que não sabem: Liv Tyler está solteira]

Início Clichê:

Chega uma hora na vida de um alguém que escreve/escritor em que se torna impossível acabar não falando de certos assuntos. Com certeza você já leu sobre muitos e ouviu falarem de todos. Vamos a eles então.

O Ato de Escrever:

Escrever coletivamente é uma boa experiência que eu deixei de praticar há um bom tempo. A imprevisibilidade do que aparecerá em seguida dá a motivação para que se continue escrevendo. A confluência de idéias e união dos presentes escritores e colaboradores faz com que o exercício da escrita torne-se bastante prazeroso. O principal fator que me levava a escrever colaborativamente era o tesão no caos, ver como as coisas seriam lançadas e como nós conseguiríamos amarrar aquilo de maneira a fazer sentido.

Já escrever sozinho são outros quinhentos. É impossível se sentir 100% bem na hora de escrever. Quando o homem está de bem consigo mesmo não há necessidade de conversar com as letras, simplesmente optamos por fazer aquilo que a vida vai jogando na nossa cara. Não escrever narração é um ato mais solitário ainda, você não pode jogar nos personagens as suas frustrações. Jogue, então, na vida. Ela é anônima o suficiente para que ninguém consiga achá-la e saber o que se passa realmente. Escrever sozinho, e publicar posteriormente, é uma coisa que pode ajudar a quebrar ou a criar máscaras, você acaba revelando o que é ou gostaria de ser. É o equivalente a ficar nu, na Marquês de Sapucaí, sabendo que não é carnaval. Qualquer passante pode descobrir seus pensamentos, que, por vezes, são mais constrangedores do que sua intimidade (fatos).

[Digitar deitado por muito tempo pode ser desconfortável para o corpo e para as idéias, mas parece que você muda menos de janela e se concentra mais no ato de escrever]

[O que pode ser mais clichê do que metalinguagem para falar sobre escrita?]

A Vida, o Tempo e a Morte:

Você não escolhe nascer, durante um bom tempo também não escolhe como levará sua vida. Mas após algum período não definido, ganha-se acesso ao entendimento de como a vida funciona, ao menos de como a sua vida funciona. Mudá-la ou não é uma decisão de cada um. Escolher ser a mesma pessoa de sempre, mudar para se adequar aos outros ou mudar para que os outros se adeqüem [que palavra horrorosa] vai influenciar sua vida e a vida daqueles com quem você convive.

Não sei como funciona o tempo, se alguém encontrar uma bula, me avise. Meus experimentos com o tempo me informaram que ele sempre existe e está disponível, as pessoas (e eu me incluo nesse grupo excepcionalmente para este caso) é que não sabem usá-lo. Alguns iluminados entendem seu funcionamento e conseguem fazer duas faculdades, estagiar, trabalhar, namorar e ir ao cinema com amigos. Acho que se eles revelarem o segredo, a polícia encontrará o super-ninja que matou a Menina Isabela.

[Não é um epitáfio]

Vista sua roupa preta, vamos falar da morte. Uns a temem, outros a odeiam e eu já tenho minha opinião formada sobre ela. Nunca tive uma experiência de perder alguém muito próximo e querido, então talvez eu fale um monte de merda daqui pra frente. Minha morte não me preocupa, se eu morrer não vou mais precisar me preocupar com nada. As coisas que eu tinha para fazer ou conquistar vão ser problema dos outros. Odeio dar trabalho para os outros, mas apenas em vida. Depois de morto, deixaria os outros cuidarem dos meus assuntos, num ato final de egoísmo. Depois disso, gostaria que todos me esquecessem e continuassem com suas vidas. Não ligo em morrer aos 27 ou 45 anos. Só não gostaria de ficar velho ou doente demais a ponto de não conseguir fazer as minhas coisas sem auxílio de ninguém.

O Amor:

Não vale a pena escrever tanto sobre este clichê. Posso afirmar, contudo, que ele é construtivo e destrutivo. O amor ajuda as pessoas a deixarem de ser elas mesmas (destruindo-as) e mudarem para algo que o objeto amado prefira (reconstruindo-as). Duas pessoas não podem se amar de maneira recíproca sem que ao menos uma delas passe pela reconstrução. Se esse sentimento fosse tão positivo quanto cantam por aí, as pessoas poderiam se apaixonar por aquelas por quem se apaixonaram, e não pelas quimeras pós-sentimentos.

Conclusão clichê:

[Alô, Márcia, eu quero publicar meu texto de auto-ajuda e ser rico]

Tenha suas opiniões e idéias, compartilhe se quiser, saiba as dos outros se quiser e interprete o da maneira que quiser o que você quiser. Reflita ou não, mas aja (caso seja necessário e você esteja disposto).

sábado, 3 de maio de 2008

Teoria dos Conjuntos de Markiev


Não é uma teoria minha, nem é uma teoria de verdade. Markiev foi um nome que eu acabei de inventar e já vou pesquisar no Google a existência de algo com esse nome.

[Aviso: o texto abaixo pode conter incoerência e inconsistência. Certifique-se de não se/me considerar normal quando lê-lo]


Esse post pode não ter sentido ou propósito, pode até ser o pior post que esse blog já teve (não prometo que será o pior de sua existência), mas vou publicá-lo mesmo assim.

A idéia inicial é agrupar coisas de três em três. Não é um Top 3, aqui não tem ordem é só uma lembrança por ordem de memória.

As regras são:

1: Pense em uma regra pouco convencional.
2: Pense em três coisas bem específicas em no máximo 1 minuto.
3: Escreva as campeãs.

Começando:

Alívios Urbanos:
-Elevador te esperando de madrugada.
-Ônibus que pára na hora que você chega na parada.
-Bicicleta com dois camaradas que passa direto por você.

Superfícies refletoras:

-CD.
-Preto do monitor.
-Espelho que vai do joelho até dois palmos acima da cabeça.

Indicadores Musicais de Fossa:
-Européia/Canadense (não conta Inglaterra, não sempre).
-Mulher no vocal ou backing vocal.
-Voz e violão.
[Pequeno Top 3: Indicadores Musicais de Fossa
3- Júpiter Maçã - As Mesmas Coisas

2- Hello Saferide - I Thought You Said Summer Is Going to Take the Pain Away
1- Johnny Cash - Hurt]


Maiores Faltas:
-Falta de energia.
-Falta de água.
-Falta na área do goleiro.

Pequenas Doses de Auto-Ódio por Negatividade de Conseguições:
-Não conseguir escrever.
-Não conseguir ouvir a música que você gosta até o final.
-Não conseguir acordar tarde em um domingo de chuva.

Obsessões/Compulsões:
-Olhar a forma dos textos escritos.
-Bater os dentes a cada "corte" na faixa tracejada em viagens de carro.
-Os números 42, 23, 33 e números repetidos (ex: 11, 2233, 1212, 666).

Regras de Sociabilidade:
-Quem manda é a prioridade, e não a ordem de marcação.
-Virar a cara para quem está falando.
-Nunca dizer "pô, se tivesse marcado antes... eu iria com certeza" se vai ficar em casa fazendo nada.

[Ao que tudo indica, Markiev é um tipo de buldogue francês]

Deitado na Cama Conversando com o Morcego da Consciência:
-"Se eu tivesse uma boa desculpa seria ótimo".
-"Não vou".
-"Foda-se isso e todo o resto".

Pequenas Ações:
-Bilhetes/SMS.
-"Pra tu".
-Conversas jogadas fora por horas.

Sem Regras:
-Bonequinhos em cima do computador.
-Versões demo/unreleased/lado B.
-Olhar tudo em detalhes para ver se a casa combina com o dono.

Isso pode se tornar semi-terapêutico se praticado andando ou olhando pela janela do ônibus.

Em um futuro próximo, com o foco nas olimpíadas, os chineses poderão adicionar essa técnica à sua vasta gama ["vasta gama" sempre soa clichê] de coisas estranhas em medicina alternativa.

[Ficaram de fora em diversas categorias não desenvolvidas: "querer saber poetizar", "ter uma coleção completa de algo para se orgulhar", "comprar CDs originais" e "morrer sem ter uma banda"]

domingo, 27 de abril de 2008

Teoria Auto-Enganatória da Auto-Promessa



Promessa é uma coisa complicada. Você sempre promete algo pensando em alguém, sempre se quer o melhor para a pessoa alvo da promessa. Mas, e quando a pessoa alvo da promessa é VOCÊ!!?

Identificaremos os participantes de uma auto-promessa da seguinte maneira:

Você
- quem fez a promessa.
Você - alvo da promessa.

Você quer mudar, Você quer melhorar algo na sua vida para que Você não se sinta chateado com alguma atitude (ou a falta de uma) que Você costuma tomar (ou nunca tomar).

[Domingo chuvoso é mesmo o melhor dia para escrever, o intimismo e o tédio que circulam nesse dia fazem com que você (sem relação com o post) escreva mais à vontade, só falta faltar energia.]

Então Você faz uma promessa pra deixar Você mais orgulhoso. Nada melhor que uma boa massagem tailandesa no ego para fazer uma pessoa se sentir melhor quando um você dela toma alguma atitude para melhorar algum aspecto de sua vida (e não o mundo, que fique claro).

[A palavra "jegue" exprime muito melhor seu sentimento sobre alguma coisa bastante ridícula do que qualquer "ridícula", "remosa" ou "estranha".]

Mas... como nem tudo no mundo são flores, surge uma eventual possibilidade de quebrar essa promessa, seja ela por mudança de prioridades, comodidade, falta de saco ou qualquer outro motivo semi-injustificável para Você. Mas Você entende Você como você jamais entenderia. O grau de auto-conhecimento que uma pessoa possui é o suficiente para saber auto-argumentar e saber como Você pode convencer Você de que desistir da promessa não é uma coisa tão ruim.

Pense bem[quanta exigência]: Se Você tivesse feito uma promessa a alguém e a quebrasse, alguém ficaria triste/decepcionado por Você ter quebrado a sua palavra. Mas a promessa foi dirigida a Você. E Você não se chatearia porque Você entende que quebrar a promessa foi o melhor que Você tinha a fazer no momento. Você sabe exatamente o que Você quer ou precisa ouvir para que sejam amenizados os fatores da quebra da promessa.

E como Você lidaria com o fato que está com Você toda hora?

O melhor mesmo é perdoar e ser feliz.

[A vida é bem mais bela com mixagem e 2.1 canais de áudio]

Lembre-se: quando não quiser fazer algo que seja importante, prometa a si mesmo que irá fazê-lo e não sinta remorso.

sábado, 26 de abril de 2008

Choose life, choose peace, choose never-writing (not now)

Não que alguém ligue, mas, em breve, prometo a mim mesmo novos posts.

domingo, 13 de abril de 2008

Umidade 100% com Condensação

Cai a água e cai a disposição.

[Deus, você venceu com o aguaceiro de hoje, estamos empatados em um a um]

Melhor dizendo, fica somente a disposição de não fazer nada com ninguém. Fica a vontade de passar o dia sentado vendo nada acontecer, assistindo a um filme, vendo a chuva bater na janela e ouvindo o barulho do trânsito quase inexistente no domingo.

Domingos são dias perigosos se não forem tratados com uma boa terapia de não ligar a televisão.

Tenho aqui uma porção de filmes que ainda não vi, uma coleção de músicas que ainda não ouvi (que acabou de aumentar com o mais novo CD de Pata de Elefante: Um Olho no Fósforo, Outro na Fagulha. Ouçam tudo deles), uma coleção de coisas para ler e estudar e hoje poderia ser o dia ideal para tirar todo esse atraso. Hoje é um típico domingo de ficar em casa. Um dia desses que você se promete que o máximo de esforço que vai fazer é abrir um pacote de biscoito pela fitinha vermelha e carregar um copo d'água da cozinha para o quarto.

[Nota: por que as pessoas se incomodam tanto com o fato dos shows não terem sido como elas queriam?]

Após Abril, Recife entra em uma espécie de menopausa (ou Mesopotâmia) de shows decentes. Passa fim de ano, passa carnaval, passa Abril pro Rock e se abre um grande vácuo em matéria de atrações musicais legais. Contando a partir de agora, acho que só o pessoal que bate cabeça e usa camisa preta vai ter com o que se divertir e cantar junto.

É nessas horas que eu fico [mudei de janela e esqueci o que eu ia comentar]

[Concluindo então, já que esqueci a linha principal de argumentação/fatos]

Espero que chegue logo o fim de ano, que venha o retorno da política do pão e circo, com shows bons gratuitos, com o retorno do bom e velho rock'n'roll ou ainda a vinda do novo e bom rock.

Não precisa ser necessariamente rock. Basta me fazer gostar, balançar o pé e a cabeça. Só isso que eu peço.

Por que ainda não inventaram o disque-pizza para shows?

sábado, 5 de abril de 2008

Motoqueiro, caminhão, pedestre, carro importado, carro nacional.

[Prólogo: quem escreve sabe o que é sofrer com a auto-crítica e vez ou outra apagar um escrito enquanto ele ainda está na metade. Isso me ocorreu pelo menos três vezes essa semana. Vou tentar não lembrar mais do leitor quando pensar "isso está uma merda, vou fechar a aba e não manter registros".]

Diversas vezes o trânsito de Recife me faz pensar sobre qual o real motivo das pessoas saírem de casa.
Por que parece que todo mundo vai para o mesmo canto que você quando a hora e o lugar não gostariam disso?
De onde saem todos aqueles imbecis, dispostos a atravessar seus carros em algum lugar escroto, que fazem você imaginar que espécie de animal racional faria aquilo?

Ah, homo sapiens...

E em uma bela manhã de sábado, indo à Residência Matos, me surge uma reflexão rasa.

1. Fundamentação e análise situacional

Por que diabos esse povo está todo na rua, e de carro ainda por cima?
Para que sair de casa na hora do almoço?
Eles não poderiam, só hoje, almoçar com suas famílias, aproveitar a paz e felicidade de seus lares e depois assistirem Luciano Huck?
Parem de atrapalhar minha vida com suas idéias egoístas e emissoras de carbono de sair logo quando eu estou saindo de casa.

2. Alternativas e soluções

O povo poderia, ao invés de ocupar todas as ruas de Recife, começar a se dedicar a alguma atividade caseira.

A alternativa real é a seguinte: a prefeitura poderia lançar uma lei que só permitisse que as pessoas saíssem de casa, de carro, caso tivessem escrito alguma poesia antes, no mesmo dia. Algo semelhante a um castigo ou condição a ser cumprida para que o povo pudesse usufruir do seu direito de atormentar a vida dos que não querem.

3. Conseqüências

O analfabetismo seria reduzido drasticamente (ou então surgiriam cada vez mais poetas concretistas).

Conhecendo o povo brasileiro, uma coisa seria certa: todo mundo deixaria para escrever suas poesias na última hora, permitindo que os autores do projeto de lei possam transitar livremente pelas ruas da cidade nos horários convencionais.

Conhecendo as leis de Murphy e a filhadaputagem característica do povo brasileiro, outra coisa seria certa: todo mundo escreveria suas poesias logo cedinho, pela manhã, com o único intuito de cagar o trânsito e provar às autoridades que elas estavam erradas.

Em que mais isso iria afetar o resto do mundo?
Bem... Recife seria considerado um grande centro de produção cultural e literária. Imagine só morar em um lugar onde as pichações nos muros seriam poesias autorais. Recife transpiraria intelectualidade e seria uma cidade modelo de como os cidadãos devem se portar, de como o trânsito deve fluir.

Mas eu confio tanto na humanidade a ponto de acreditar que isso seria bom?
Nunca serão! Jamais serão!
Dê um lápis e um pedaço de papel a qualquer um que não esteja disposto a escrever, veja a merda que vai sair. Imagine acordar todo dia e saber que pelo menos um milhão de coisas ruins estão sendo escritas na sua cidade...

Recife seria o esgoto cultural do universo e duvido muito que qualquer um daqui duvide disso.

[Viram só, vogons? NÓS vencemos! A-ha!]

Tudo isso por culpa de uma série de idiotas parados, fechando cruzamentos, para comprar a porra de um galeto enfumaçado. Viram só no que vocês transformaram a nossa cidade? Se sentem orgulhosos agora?

Amoral da história: fiquem em casa chupando carvão e não me encham mais o saco.

domingo, 30 de março de 2008

Filosofia de porta de igreja




[Haja pretensão... chamar isso de filosofia?]



Uma breve história sobre como o homem (e a mulher) veio parar aqui:
Deus estava de saco cheio no seu Parque dos Dinossauros e resolveu que era melhor assistir Faustão. Criou os homens (e as mulheres), os sacudiu na Terra e então se seguiu um breve diálogo.

Deus: - Pronto.
Adão: - Pronto o quê? Não tem nada para se fazer aqui.
Deus estalou os dedos e uma luzinha azul foi até Adão: - Agora você pode fazer o que quiser, na hora que quiser e se quiser, e o nome disso é Livre Arbítrio. Mas na União Soviética o que quiser faz VOCÊ!!
Adão: - Sério? O que eu quiser mesmo?
Deus: - Um hum... - e desapareceu em Fade Out.
Eva: - Adão, eu ouvi ele dizendo "a-ha! Só quero ver a merda que isso vai dar".
Adão: - Relaxe, tá de TPM é?
Eva: - Não. Acredite e pense bem, que ser incapaz de se reproduzir sexuadamente daria o mundo todo para a gente fazer o que quiser sem esperar nada em troca? É óbvio que essa coisa de Livre Arbítrio tem alguma sacanagem envolvida. Aposto que se a gente fizer algo que Ele não goste, vamos diretinho para o Inferno. Então vamos tratar de...
Adão: - PUTA QUE PARIU, MULHER! CALA A PORRA DESSA BOCA E VAI BUSCAR LOGO A MERDA DA MAÇÃ QUE EU TE PEDI HÁ QUASE MEIA HORA!
Eva: - Tá bom.
(...)

O que aconteceu de lá pra cá todo mundo sabe: sumérios, Egito, Império Romano, Idade Média, da Vinci, Revolução Industrial, Copa do Mundo, Saddam Hussein enforcado no youtube, blablabla...

[Parece que organizar os favoritos ou a área de trabalho é uma tarefa que nunca vou conseguir realizar por pura preguiça]

A grande questão envolvida é que Deus nos disse que podíamos fazer qualquer coisa, cabe a nós julgarmos o que é certo e o que é errado, mas Ele, Pedro Bial no divino Big Brother, pode nos mandar para o paredão do Inferno caso pequemos.

Pecado? É. Apareceram novas regras no jogo, não cometa pecados, não queira ir para o Inferno. A única decisão do homem é fazer o que bem entender ou ir conversar com Satanás. Do Livre Arbítrio nos restou o Arbítrio.

[Teoria de interrupção: sem música você escreve menos e fica olhando mais o resto da internet]

E das coisas que nos sobram para arbitramos poucas escolhas são possíveis. O ser humano não tem tantas opções quanto acredita ter. "Não quero fazer nada hoje, e amanhã, quando eu acordar, vai ser um ontem novamente", "quero teleportar para não ter que pegar sol/ônibus na rua", "quero que essa pessoa seja torturada com uma furadeira" são apenas algumas das impossibilidades que todos nós possuímos. Não temos o poder nem para fazer apenas as coisas arbitradas por Deus, e aposto que o primeiro que conseguir voar ou soprar no barro criando a vida vai ser preso por realizar magia negra e pecar contra o Criador.

No final das contas, nosso Livre Arbítrio não é Livre, é ridículo e limitado.

Então lembre-se: nunca faça nada que pareça impossível sem antes falar com a Produção, não peque, não fale francês em público ou cometa outros atos pecaminosos.

A parte boa de ir para o Inferno é saber que seus melhores amigos estarão por lá e você não ficará sozinho. Ir para o céu e passar o dia tocando harpa com virgens? Deus me Livre do Arbítrio!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Teoria da Botanologia


Atenção: esta é uma teoria que serve de base para diversas outras, só não explico as outras agora porque não iria ser nem um pouco linear (e quem é linear em um blog cujos posts não passam por uma revisão, saem em uma espécie de brainstorm interrompido?).

[Algum imbecil resolveu que seria super legal ficar pintando o móvel do meu pc com minha mais nova caneta de escrever em CD com ponta de poliéster]

Indo ao que interessa (a mim).

A Teoria da Botanologia realiza, de maneira não-empírica, um estudo sobre a associação de certas funções vitais ao ser humano com um controle remoto. Os mais novos estudiosos da área, conhecidos como Ala Digital da Coisa Toda, utilizam o modelo ao lado de controle para realizarem suas pesquisas.

Apresentarei a seguir alguns estudos recentes.


Botão Vermelho da Auto-Destruição:
O primeiro, mais tentador e mais perigoso dos botões, ao pressionar o famoso Botão Vermelho, as reações são as mais adversas, desde as vontades incontroladas de beber gin de dez reais, às de dançar músicas com Rickelme na batera, passando por jogar todo seu dinheiro no jogo do bicho até, enfim, acabar com uma grande explosão na base subterrânea (ou brindar a um dançarino de break).

Botão Verde da Justiça Social:
Aqueles que flertam com o Botão Verde têm apenas um objetivo em mente: nascer rico. Apertando esse maravilhoso botão, qualquer pessoa pode nascer rico, fazer administração na FAFUBA e ser muito feliz com isso, afinal, você é rico, bonito, pega todas e tem carro.


Botão Amarelo do Pode Ficar com Seu Pudim Que Eu Não Tô Nem Aí:
[Pouca gente tem noção de como letra amarela no fundo branco ofende. Não sabem o sacrifício que eu faço por vocês, leitores imaginários]
Botão que você aperta para se livrar de pessoas, situações indesejadas, conversas de filas de supermercado, parada de ônibus, evangelizadores ambulantes, pedintes, gordas com sacolas de compras... Pressionar o Botão Amarelo é o equivalente a dizer "essa conversa é leviana e eu não quero participar dela" seguido de uma bem dada egípcia.

Botão Azul da Auto-Destruição:
Mas o da auto-destruição não já é o Botão Vermelho? É, também... mas o azul é uma auto-destruição diferente. Ao apertar o Botão Azul, aparecerá na tela a frase "o que [lexema zero de sua preferência] você deseja destruir?". As duas únicas respostas aceitas são "Eu" e "O Mundo". Pode até soar meio emo mas se até Jorge Ben é emo... o conceito fundamental é que, independente da sua escolha, o Botão Azul permite que você passe o dia sozinho na cama/sofá, fazendo nada (ou mesmo vendo a reprise de Coração de Estudante), sem que isso altere em nada a forma de como o mundo irá se importar com isso.

Roberto Carlos foi um ferrenho defensor e usuário do Botão Azul, que, na sua época, era conhecido por Que Tudo Mais Vá Pro Inferno.
Paulo, corretor de imóveis, Gustavo, aluno de engenharia, Jorjão da Inferno Coral, eu e você conhecemos esse botão como aquele mais sonoro, de boca cheia, Vá Para a Puta Que Pariu ou sua variante, Tô Cagando e Andando.

[Pensamento que interrompe: Lirismo é que nem bom ar, pode-se sugerir coisas bem agradáveis com ambos sem usar um pingo de honestidade]

Prova? Trabalho? Seres humanos?

Aperte o Botão Azul e deixe isso tudo para amanhã. Depois das onze, por favor.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Digestão de carne.

Mal.
Estou no processo de criação de um livro.
Ele irá se chamar "Eu curto/sou: Rafael Formiga" e tratará sobre algumas características (e uma porção de peculiaridades) que eu tenho, assim as pessoas se acostumarão com a minha presença.

(Nota: só agora eu notei que meu teclado é tão ruim quanto dizem, tá fodinha digitar isso)

*Pensamento empilhado 1: o bombom vermelho da Spettus nem é tão legal assim.

Voltando... uma dessas características é não-assumir publicamente que eu não sei sobre determinado assunto, numa conversa sobre algo que eu não conheça ou não domine bem, possivelmente agirei de alguma dessas maneiras:

Com 25% de chance - Fico calado na minha, esperando o falante discursar o suficiente para começar a me incomodar ou eu poder me amostrar. A partir desse ponto eu posso continuar calado (10%), tentar mudar a conversa para algo próximo do assunto original que eu domine (57,8%) ou deduzir algo a partir do falado e alimentar a conversa com pequenas perguntas pontuais(32,2%).

(Enquanto isso, Bill Halley and His Comets reinventam o Rock'n'Roll no media player)

Com 70% de chance - Converso espontameamente sobre o assunto e até argumento contra, somente jogando com o que já foi dito e um pouco de raciocínio lógico. Às vezes eu também irei jogar uma verde sobre o assunto, que vai exigir que eu raciocine um pouco mais e parta de premissas falsas até que se chegue no ponto que eu queira. Evito usar essa estratégia quando ela pode formar mal as opiniões de terceiros (a não ser que seja usada como forma de argumentação para algo benéfico).

*Pensamento empilhado 2: antigamente os ovos de páscoa eram mais baratos e maiores.

Com 5% de chance - Converso com alguém que possa conversar comigo.

Exemplo de pensamento inventado na hora:

Tema - Ferrelha
[1]O que é e [2]para que serve- Um instrumento de ferro, utilizado na idade média para cortar asas de aves, particularmente papagaios.
[3]Público-alvo e [4]curiosidades- Era muito usado por mulheres casadas cujos maridos iam para as guerras e talvez nunca mais retornassem. Os homens conversavam muito com os papagaios para que, quando partissem, suas esposas ainda pudessem ouvir sua voz e se lembrarem do afeto que sentiam por elas.

Seguindo esses passos você pode argumentar (e convencer seres humanos) sobre qualquer coisa que você seja capaz de inventar e talvez ser um pouco mais Rafael Formiga nas horas vagas.

sábado, 15 de março de 2008

Parto...

Meu mais novo espaço para a prática irregular do egoísmo.