quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Tratado de Aliança Albieri-Deus

[Texto inspirado por uma discussão Clones x Teleporte dentro de um Dois Irmãos/Rui Barbosa. Ônibus são um dos três templos do saber absoluto]

Se eu fosse um geneticista foda, tipo Doutor Albieri, faria um clone meu e não de Murilo Benício. Ele seria o responsável por estudar, trabalhar, andar de ônibus e ir a compromissos desagradáveis no meu lugar. Eu raramente precisaria me levantar para apagar a luz, fechar a porta ou ir buscar água na cozinha porque meu clone, sempre prestativo, faria isso tudo por mim.

[Teorologia, minha amante, que saudades...]

Mas para que ninguém notasse que o clone era uma mera cópia de mim, ele teria todas as minhas memórias e a minha personalidade. E isso nos leva ao primeiro problema: dificilmente ele se prestaria a ficar estudando, trabalhando, andando de ônibus e indo a compromissos desagradáveis no meu lugar. E para o primeiro problema, rapidamente eu trago a primeira solução: o clone seria totalmente obediente ao meu eu original.

Mas meu clone, esperto como só nós somos, iria dar um jeito de interpretar as minhas palavras da maneira mais favorável a todos nós. Aposto minha vida como ele criaria um clone para realizar as tarefas que ele não quisesse (que são as mesmas que eu já não queria e mandei para ele), e o clone do clone também, e o clone do clone do clone também e...

Seria um inferno! Seria o segundo problema! Rapidamente descobririam que eu sou capaz de clonar pessoas e o povo passaria dias acampando na porta de minha casa para não ter que trabalhar. Por isso, a segunda solução seria que meus clones tivessem duração limitada, eles só existiriam das 5 da manhã às 10 da noite, sendo assim eles dificilmente se negariam a me ajudar sabendo que teriam menos de um dia de vida. Meus clones são preguiçosos mas não seriam inúteis.

Mas... isso não seria brincar de Deus?

[Eu juro que é melhor não ser um normal, se eu posso pensar que Deus sou eu]

Vejam bem, Deus criou a humanidade à sua imagem e semelhança, certo? Então podemos afirmar categoricamente que somos todos clones de Deus. Ele trabalhou por alguns dias, viu que não era a dele e criou o homem para trabalhar no seu lugar. Temos um tempo de existência limitado e alguns (os que deram certo) são compelidos a obedecê-lo.

A exata mesma coisa que eu tinha pensado alguns milhões (?) de anos depois.

[Depois estudo melhor o Criacionismo]

Aposto que aquele lance de Jesus Cristo foi um clone aperfeiçoado porque Ele estava com preguiça de salvar os humanos.

Afinal, Deus não é o cara mais conhecido do mundo por acordar cedo, estudar, trabalhar, andar de ônibus e ir a compromissos desagradáveis.

Deus, camarada, libera essa magiquinha de soprar no barro e fazer os outros trabalharem por nós.