domingo, 27 de abril de 2008

Teoria Auto-Enganatória da Auto-Promessa



Promessa é uma coisa complicada. Você sempre promete algo pensando em alguém, sempre se quer o melhor para a pessoa alvo da promessa. Mas, e quando a pessoa alvo da promessa é VOCÊ!!?

Identificaremos os participantes de uma auto-promessa da seguinte maneira:

Você
- quem fez a promessa.
Você - alvo da promessa.

Você quer mudar, Você quer melhorar algo na sua vida para que Você não se sinta chateado com alguma atitude (ou a falta de uma) que Você costuma tomar (ou nunca tomar).

[Domingo chuvoso é mesmo o melhor dia para escrever, o intimismo e o tédio que circulam nesse dia fazem com que você (sem relação com o post) escreva mais à vontade, só falta faltar energia.]

Então Você faz uma promessa pra deixar Você mais orgulhoso. Nada melhor que uma boa massagem tailandesa no ego para fazer uma pessoa se sentir melhor quando um você dela toma alguma atitude para melhorar algum aspecto de sua vida (e não o mundo, que fique claro).

[A palavra "jegue" exprime muito melhor seu sentimento sobre alguma coisa bastante ridícula do que qualquer "ridícula", "remosa" ou "estranha".]

Mas... como nem tudo no mundo são flores, surge uma eventual possibilidade de quebrar essa promessa, seja ela por mudança de prioridades, comodidade, falta de saco ou qualquer outro motivo semi-injustificável para Você. Mas Você entende Você como você jamais entenderia. O grau de auto-conhecimento que uma pessoa possui é o suficiente para saber auto-argumentar e saber como Você pode convencer Você de que desistir da promessa não é uma coisa tão ruim.

Pense bem[quanta exigência]: Se Você tivesse feito uma promessa a alguém e a quebrasse, alguém ficaria triste/decepcionado por Você ter quebrado a sua palavra. Mas a promessa foi dirigida a Você. E Você não se chatearia porque Você entende que quebrar a promessa foi o melhor que Você tinha a fazer no momento. Você sabe exatamente o que Você quer ou precisa ouvir para que sejam amenizados os fatores da quebra da promessa.

E como Você lidaria com o fato que está com Você toda hora?

O melhor mesmo é perdoar e ser feliz.

[A vida é bem mais bela com mixagem e 2.1 canais de áudio]

Lembre-se: quando não quiser fazer algo que seja importante, prometa a si mesmo que irá fazê-lo e não sinta remorso.

sábado, 26 de abril de 2008

Choose life, choose peace, choose never-writing (not now)

Não que alguém ligue, mas, em breve, prometo a mim mesmo novos posts.

domingo, 13 de abril de 2008

Umidade 100% com Condensação

Cai a água e cai a disposição.

[Deus, você venceu com o aguaceiro de hoje, estamos empatados em um a um]

Melhor dizendo, fica somente a disposição de não fazer nada com ninguém. Fica a vontade de passar o dia sentado vendo nada acontecer, assistindo a um filme, vendo a chuva bater na janela e ouvindo o barulho do trânsito quase inexistente no domingo.

Domingos são dias perigosos se não forem tratados com uma boa terapia de não ligar a televisão.

Tenho aqui uma porção de filmes que ainda não vi, uma coleção de músicas que ainda não ouvi (que acabou de aumentar com o mais novo CD de Pata de Elefante: Um Olho no Fósforo, Outro na Fagulha. Ouçam tudo deles), uma coleção de coisas para ler e estudar e hoje poderia ser o dia ideal para tirar todo esse atraso. Hoje é um típico domingo de ficar em casa. Um dia desses que você se promete que o máximo de esforço que vai fazer é abrir um pacote de biscoito pela fitinha vermelha e carregar um copo d'água da cozinha para o quarto.

[Nota: por que as pessoas se incomodam tanto com o fato dos shows não terem sido como elas queriam?]

Após Abril, Recife entra em uma espécie de menopausa (ou Mesopotâmia) de shows decentes. Passa fim de ano, passa carnaval, passa Abril pro Rock e se abre um grande vácuo em matéria de atrações musicais legais. Contando a partir de agora, acho que só o pessoal que bate cabeça e usa camisa preta vai ter com o que se divertir e cantar junto.

É nessas horas que eu fico [mudei de janela e esqueci o que eu ia comentar]

[Concluindo então, já que esqueci a linha principal de argumentação/fatos]

Espero que chegue logo o fim de ano, que venha o retorno da política do pão e circo, com shows bons gratuitos, com o retorno do bom e velho rock'n'roll ou ainda a vinda do novo e bom rock.

Não precisa ser necessariamente rock. Basta me fazer gostar, balançar o pé e a cabeça. Só isso que eu peço.

Por que ainda não inventaram o disque-pizza para shows?

sábado, 5 de abril de 2008

Motoqueiro, caminhão, pedestre, carro importado, carro nacional.

[Prólogo: quem escreve sabe o que é sofrer com a auto-crítica e vez ou outra apagar um escrito enquanto ele ainda está na metade. Isso me ocorreu pelo menos três vezes essa semana. Vou tentar não lembrar mais do leitor quando pensar "isso está uma merda, vou fechar a aba e não manter registros".]

Diversas vezes o trânsito de Recife me faz pensar sobre qual o real motivo das pessoas saírem de casa.
Por que parece que todo mundo vai para o mesmo canto que você quando a hora e o lugar não gostariam disso?
De onde saem todos aqueles imbecis, dispostos a atravessar seus carros em algum lugar escroto, que fazem você imaginar que espécie de animal racional faria aquilo?

Ah, homo sapiens...

E em uma bela manhã de sábado, indo à Residência Matos, me surge uma reflexão rasa.

1. Fundamentação e análise situacional

Por que diabos esse povo está todo na rua, e de carro ainda por cima?
Para que sair de casa na hora do almoço?
Eles não poderiam, só hoje, almoçar com suas famílias, aproveitar a paz e felicidade de seus lares e depois assistirem Luciano Huck?
Parem de atrapalhar minha vida com suas idéias egoístas e emissoras de carbono de sair logo quando eu estou saindo de casa.

2. Alternativas e soluções

O povo poderia, ao invés de ocupar todas as ruas de Recife, começar a se dedicar a alguma atividade caseira.

A alternativa real é a seguinte: a prefeitura poderia lançar uma lei que só permitisse que as pessoas saíssem de casa, de carro, caso tivessem escrito alguma poesia antes, no mesmo dia. Algo semelhante a um castigo ou condição a ser cumprida para que o povo pudesse usufruir do seu direito de atormentar a vida dos que não querem.

3. Conseqüências

O analfabetismo seria reduzido drasticamente (ou então surgiriam cada vez mais poetas concretistas).

Conhecendo o povo brasileiro, uma coisa seria certa: todo mundo deixaria para escrever suas poesias na última hora, permitindo que os autores do projeto de lei possam transitar livremente pelas ruas da cidade nos horários convencionais.

Conhecendo as leis de Murphy e a filhadaputagem característica do povo brasileiro, outra coisa seria certa: todo mundo escreveria suas poesias logo cedinho, pela manhã, com o único intuito de cagar o trânsito e provar às autoridades que elas estavam erradas.

Em que mais isso iria afetar o resto do mundo?
Bem... Recife seria considerado um grande centro de produção cultural e literária. Imagine só morar em um lugar onde as pichações nos muros seriam poesias autorais. Recife transpiraria intelectualidade e seria uma cidade modelo de como os cidadãos devem se portar, de como o trânsito deve fluir.

Mas eu confio tanto na humanidade a ponto de acreditar que isso seria bom?
Nunca serão! Jamais serão!
Dê um lápis e um pedaço de papel a qualquer um que não esteja disposto a escrever, veja a merda que vai sair. Imagine acordar todo dia e saber que pelo menos um milhão de coisas ruins estão sendo escritas na sua cidade...

Recife seria o esgoto cultural do universo e duvido muito que qualquer um daqui duvide disso.

[Viram só, vogons? NÓS vencemos! A-ha!]

Tudo isso por culpa de uma série de idiotas parados, fechando cruzamentos, para comprar a porra de um galeto enfumaçado. Viram só no que vocês transformaram a nossa cidade? Se sentem orgulhosos agora?

Amoral da história: fiquem em casa chupando carvão e não me encham mais o saco.